segunda-feira, 23 de maio de 2011

Palavras de Janaína




Sou Janaína Moreno, acho que sou a própria personagem de mim mesma.

Nasci Janaína Rodrigues de Brito, filha de mãe solteira, neta de mãe solteira, bisneta de mãe solteira e... mãe solteira. A bisa era índia que se atracou com negro, A avó era cabocla que se atracou com Holandês , a mãe já era Brasil e se atracou com Alemão e eu, eu sou de tudo um pouco, pertenço a todos os lugares.

Sempre só eu ando procurando um lar ou alguém pra conversar. Foi com este ímpeto que resolvi mudar de cidade. Escolhi o Rio de Janeiro, que cenário, meu Deus! Que cenário! 2 anos no Rio de Janeiro, 1 namorado bobão, vários encontros superficiais , um quarto no Leme, um quarto no bairro de Fátima, um quarto em Santa até eu encontrar um amor. Finalmente meu primeiro lar, um quarto e sala no Bairro de Fátima. Durou menos do que eu esperava, menos do que eu me doei. Mas ninguém agüenta esta personagem, nem eu! Hoje 17:00 hs de uma sexta feira(poderia ter esperado mais uma hora para escrever, acho 18hs de uma sexta feira mais exotérico e significativo, enfim), moro de favor na casa de uma amiga poderosa e de coração genuíno. Cuido da cachorra dela! Uma Pug, a Gorda!

Estudo canto e aguardo uma verba para a gravação do meu primeiro disco. É eu sou cantora, sou atriz e cantora, mas antes sou artista e por isso saio por aí ensinando cavalo azul a voar.

Eu sofro de medos, o maior deles é em relação ao meu filho. Se chama Cassiel, foi o pai quem escolheu o nome, ele é amante da obra de Wim Wenders, “Tão Longe, Tão Perto”. Eu gostei. Não havia nenhum no catalogo de telefones da Telemar. Era uma garantia de que ele não seria mais um, só mais um. O medo mora na dúvida. O que é que ele vai ser quando crescer. Eu me tornei esta que escreve sem medir muito as palavras neste exato momento, com a contribuição de minha mãe e com a não contribuição de meu pai.
Sou intensa e traduzo sentimentos em pranto, mas minha condição é a de ser sorridente.
Dentes, tenho todos, largos grandes, para compor com a boca larga e carnuda, pra compor com o rosto oval e grande que suportam os olhos amendoados, pra compor com os seios fartos pra compor com meus assustadores 1m78cm. Mas para ser maior, é o que todos falam, acho que é por eu ser forte, mais que magra, menos que gorda.

Da mistura de minha origem sobrei com a pele parda de índio, cabelos crespos e preferencia religiosa negra , minha parte branca não sei identificar. É que não tive referências. Os homens se foram, todos. Sobrou os calos nos dedos dos pés. Minha mãe me assegurou que foi um presente de meu pai. Tem de ser, afinal, minha mãe tem pés de princesa e os de vovó, idem.

Posso morar com vocês neste apartamento? Tenho como me manter com as minhas rendas, com as vermelhas, principalmente.

8 comentários:

  1. Lindas palavras Jana..
    Sorte em sua vida e sucesso sempre.
    Os homens se foram, todos.. é muito forte isso.
    Mas você se fez homem na luta, e uma criança linda, logo, logo será seu eterno homem.

    Chris Morais

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  2. saudades de vc morena maravilhosa, espero te ver algum dia, e falar um pouquinho de espanhol com vc, espero que vc não tenha esquecido.

    beijos.

    César (Chileno)

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  3. Que forte Jana! Nem sabia que agente tinha tantas semelhancas assim...
    Mas sabe de uma coisa?...os homens se foram...sim.. os que nao merececiam ficar perto de agente, mas vem os que realmente queremos para essa nova fasse da vida.É so abrir os bracos e olvidar/ esquecer as feridas...
    Besosssssssss y abrazos!

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  4. Jana, como você é especial, fiquei apaixonada pela sua história, pelo amor que você dedica a tudo e pelas suas palavras. Mulher forte e guerreira, quero ser como você! Bjos!

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  5. Mulher Guerreira e batalhadora! Eu dizia isso pra minha mãe quando tinha ainda os meus 11 ou talvez 12 anos sobre a artista. Achei uma foto desse tempo, você com o Cassiel ainda em formação e eu o beijando, barrigão... não cheguei a conhecer esse menino que já carrega sangue guerreiro, mas tenho certeza que desse homem você irá se orgulhar!! Pode ser que hoje, com os meus vinte, você não se lembre nem daquele tempo nem reconheça meus traços diferentes, mas sua alma de artista transformou a menina de 12 anos daquela epóca e que hoje tem também sua alma de artista...
    Seus passos estão sendo trilhados e com muita luz!!
    Beijos
    Luiza Leandro

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